Com a chegada das estações mais frias, surge o temor das infecções respiratórias em bebês e crianças. Mas há uma que preocupa em especial os pais e profissionais: a bronquiolite.
Segundo a Fundação Oswaldo Cruz, o VSR (Vírus Sincicial Respiratório), um dos principais causadores da bronquiolite, é a maior causa de internação em crianças menores de quatro anos. Para entender mais sobre a doença, conversamos com a pediatra Dra. Vanessa Magalhães, Coordenadora da Pediatria do Hospital de Pedreira, gerenciado pela SPDM. Confira:
O que é
A bronquiolite é uma infecção do trato respiratório, que atinge bronquíolos pulmonares, as estruturas que distribuem o ar para dentro dos pulmões. A bronquiolite aguda é, na maior parte das vezes, causada por vírus respiratórios, sendo o principal o Vírus Sincicial Respiratório (VSR).
Normalmente ela atinge menores de dois anos de idade, tendo incidência maior em menores de seis meses. Quanto menor a criança, mais grave a doença tende a ser, pelo fato de seu aparelho respiratório não estar totalmente desenvolvido.
Sintomas
O quadro se inicia como um resfriado, com obstrução nasal, coriza clara, tosse, febre, irritabilidade e recusa das mamadas e alimentação.
Entre o terceiro e quinto dia da doença, o vírus atinge o pulmão, causando uma inflamação dos bronquíolos. Essa inflamação aumenta a produção de secreção, dificultando a respiração, gerando o chiado e o cansaço. Nos casos mais graves pode ocorrer sonolência, gemência, cianose (arroxeamento dos lábios e extremidades) e pausas respiratórias. A doença tem duração de três a sete dias, mas pode chegar a 15.
Transmissão
A transmissão normalmente se dá pelo ar através de tosse, espirro e saliva ou através da pele por contato com superfícies contaminadas. O período de transmissão viral é normalmente de três a sete dias, mas em crianças mais novas, pode continuar até três ou quatro semanas. As infecções pelo VSR não conferem imunidade. A criança pode contrair a doença mais de uma vez.
Complicações
Conferem maior risco de desenvolver quadros mais graves, com necessidade de internação, por vezes, em Unidade de Terapia Intensiva (UTI):
– As crianças menores de um ano;
– Os prematuros;
– Os portadores de doenças cardíacas ou de doença pulmonar crônica;
– Os imunodeficientes;
– Bebês que nascem com baixo peso.
Caso a criança tenha tosse persistente, dificuldade para respirar, respiração rápida e sonolência, ela deve ser levada para a avaliação médica imediatamente.
Prevenção
São maneiras de prevenir a bronquiolite:
– Evitar contato com pessoas resfriadas;
– Lavar as mãos com frequência;
– Amamentar o bebê até os seis meses exclusivamente com leite materno;
– Evitar o tabagismo passivo;
– Não frequentar espaços lotados;
– Manter as vacinas em dia;
– Se possível, retardar a ida do bebê para creches e berçários.
As crianças com fatores de risco (prematuros com menos de 29 semanas, aquelas com diagnóstico de doença pulmonar crônica e cardiopatas graves) podem ser beneficiadas com o uso do anticorpo monoclonal humanizado contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), que pode ser aplicado em cinco doses nos meses de maior circulação deste vírus no Brasil.