As mãos estão diretamente envolvidas em praticamente todas as atividades que realizamos ao longo do dia: preparar comida, comer, ir ao banheiro, lidar com dinheiro, abrir e fechar portas, segurar em corrimão, etc. Existem milhões de micróbios em nossas mãos, a maior parte deles é inofensiva e faz parte da flora microbiana natural, mas alguns podem ser nocivos. O simples ato de lavar as mãos é fundamental para a prevenção de várias doenças virais e bacterianas e pode até salvar vidas.
Muitas infecções respiratórias, que também podem ser transmitidas por tosse ou espirro, são frequentemente propagadas através de mãos contaminadas. “A higienização adequada das mãos é importante para evitar a transmissão de infecções por vírus respiratórios (como o influenza), infecções que causam diarréia, hepatite A, entre outras”, explica Claudia Mangini, infectologista do Hospital Municipal Dr. José de Carvalho Florence, unidade administrada pela Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM) em São José dos Campos, interior de São Paulo.
A especialista lembra que o ato de higienizar as mãos é ainda mais importante em ambiente hospitalar, pois são realizados vários procedimentos em pacientes que muitas vezes estão com alterações no sistema imunológico, portanto são mais suscetíveis a contrair infecções. “Além disso, o ambiente do hospital tem uma ecologia diferente, com bactérias mais resistentes e higienizar as mãos corretamente pode diminuir muito a transmissão dessas bactérias”, completa a infectologista.
Entretanto, às vezes é difícil para algumas pessoas ficar lavando as mãos a todo o momento, por estarem na rua ou em algum lugar que não tenham acesso a água e sabão. Para minimizar este problema, a especialista recomenda o uso do álcool gel como rotina para a higienização das mãos, e a lavagem com água e sabão sempre que as mãos estiverem visivelmente sujas. Vale lembrar que é preciso lavar as mãos em alguns momentos cruciais, como antes de comer, antes de manipular alimentos, antes e depois de ter contato com alguém doente, depois de usar o banheiro, mexer em animais e manusear lixo.
Álcool gel, sabonete antibacteriano ou sabonete comum?
De acordo com Claudia Mangini, o álcool gel é uma boa alternativa desde que não haja sujeira visível nas mãos. “E é importante deixar o produto secar naturalmente nas mãos para que ele atinja seu efeito bactericida máximo”, destaca a médica.
Está na dúvida entre o sabonete comum e o antibacteriano? Não se preocupe! A especialista afirma que o sabonete comum é suficiente na maioria das situações. “Só indicamos o uso do sabonete com antissépticos para lidar com pacientes de alto risco”, explica Mangini.
É especialmente importante cuidar da higiene das mãos quando há contato próximo com bebês, idosos ou pessoas com o organismo debilitado.
A infectologista dá dicas de como lavar as mãos de maneira correta. “Geralmente algumas áreas são esquecidas, por isso é preciso prestar atenção. A lavagem correta das mãos precisa seguir alguns passos: deve-se fazer a fricção de toda a superfície das mãos, incluindo as pregas das palmas, a região do polegar e a ponta dos dedos, removendo também a sujeira que fica sob as unhas”.